Está confirmadíssimo os dois shows do cantor e compositor Jorge Vercillo na Paraíba. As apresentações acontecem em João Pessoa, dia 1 de Novembro, em local ainda a ser definido pela Barnei Produções & Eventos e em Campina Grande, dia 3 do mesmo mês, no Teatro Municipal Severino Cabral, a partir das 20 horas.
Tudo exala bom gosto, com o foco fechado na música e na performance. Quando os primeiros versos de “Acendeu” iniciam o show, com a inevitável emoção do publico palpável junto à voz do cantor, já fica claro que esta é uma visita de luxo de um filho à sua família distante — em quilômetros, bem entendido. E ele se preparou direitinho para agradar aos irmãos e primos: vozes e instrumentos bem ensaiados, efeitos precisos, variação no repertório.
Da balada mística de abertura nasce, pela guitarra da fera Bernardo Bosisio, o blues caribenho de “Rio delírio”, que ainda evidencia um lado menos óbvio do poeta e letrista, politizado, combativo, mas nem por isso menos lírico. O Jorge Vercillo preocupado com o planeta, indignado ou simplesmente reflexivo (nunca cínico ou descrente) também dá as caras em canções como “Como diria Blavatsky” e “Quando eu crescer”, versão de Jorge para uma composição do angolano Filipe Mukenga. Além de Bosisio, guitarrista também do badalado Paraphernalia, a banda conta com mestres como André Neiva (baixo e direção musical), Cláudio Infante (bateria) e Misael da Hora (teclados), Glauco Fernandes ( violino midi), Fabinho Costa (Trumpete e Fluguel Horn) e Orlando Costa (percussāo).
Amor? Romance? Aí chega-se à especialidade da casa, em pérolas como “Face de Narciso” e “Olhos de Ísis ” quando cantor e banda chegam ao ápice do conforto, do entrosamento e da diversão. Aí, claro, o público também embarca, sempre saudado por Jorge com um sorriso e a expressão “coro lindo!”, em sucessos como “Sensível demais” e “Me transformo em luar”. Uma festa, com gosto de macaxêra, dendê, côco e mangaba, claro. As quatro músicas registradas em novas versões em estúdio são uma homenagem derramada e emocionada ao Nordeste. De pés descalços, com seu violão, ele canta a bela e torturada “Luar de sol”, letra e melodia se encontrando, nem sempre de forma totalmente harmônica, em dissonâncias que só somam à beleza da canção (o alcance vocal sem esforço aparente chama a atenção, também).
“Homem grande” é um delicioso xote nordestino, com a participação igualmente saborosa de Raimundo Fagner, seu violão e sua poesia. Só a criatividade de Jorge Vercillo para promover um encontro assim. O passeio pelo ensolarado Ceará continua com “Olhos de nunca mais”, suave, simples, bela, com lindas imagens dos bailarinos da companhia Edisca. O bloco de estúdio se encerra de forma 100% vercilliana, com “Raiou”, mais sacudida, levando o Rio de Jorge à Praia do Combuco.
No palco, além de cantar, mexer, emocionar o povo de Fortal, ele recebe ilustres filhos da terra: o cantor Paulo Façanha e o sanfoneiro Adelson Viana abrilhantam “Apesar de cigano”, enquanto a dupla cearense Ítalo e Reno traz a modernidade nos acordeons do Nordeste a “Nos espelhos”. Balada, balanço, romance, poesia… A Fortaleza (em vários sentidos) de Jorge Vercillo é inabalável.
Maiores informações podem ser obtidas pelo fone (83) 8883 8884 com o empresário Barnei Monteiro.